Resenha: The Lucky One



O Sargento da Marinha dos Estados Unidos, Logan Thibault (Zac Efron), regressa de sua terceira viagem de serviço ao Iraque, com a certeza que traz consigo a única coisa que o mantém vivo: a fotografia de uma mulher que encontrou no campo de batalha. Ao descobrir seu nome e onde ela vive, ele aparece à sua porta e acaba por ficar a trabalhar para sua família no canil local. Apesar da desconfiança inicial de Beth (Taylor Schilling) e das complicações de sua vida, surge um romance entre os dois, dando a Logan a esperança de que Beth poderá ser muito mais do que apenas o seu amuleto da sorte.

The Lucky One, traduzido no Brasil como Um Homem de Sorte, é mais uma adaptação de obras literárias do escritor Nicholas Sparks. Confesso que, apesar de ter alguns em minha estante, sempre mantive uma aversão aos livros de Sparks. Seus romances são, de fato, belíssimos, mas costumava achar suas narrativas extremamente cansativas e, porque não dizer, melosas demais. Por recomendação de Juliana, topei ler Um Homem de Sorte e me surpreendi! A história de Thibault, Beth, Clayton, Ben e Nana me pareceu bem mais atrativa do que a de romances como Querido John e O Milagre. Quando o assunto era os livros de Sparks e suas adaptações cinematográficas, costumava me decepcionar com o livro e me apaixonar pelo filme. Dessa vez a situação foi inversa.

Fazendo uma breve comparação com o filme destacado na semana passada (The Vow), The Lucky One apresentou quase o mesmo enredo do livro o qual foi inspirado. O problema é que foram exatamente essas poucas diferenças que me decepcionaram. Digo isso porque achei fantástico o roteiro do escritor, ligando de maneira curiosíssima todos os personagens do livro. Em especial, os conflitos entre Thibault e Clayton, muito melhor construídos do que na narrativa do longa. Esse pequeno deslize tornou-se crucial para Clayton, que acabou ficando bem alheio à trama cinematográfica.

Já o Ben é uma graça na literatura e no cinema. Mas vamos combinar que o garoto criado por Sparks é muito mais determinado e autêntico. Enquanto no livro ele não esconde o desprazer pela companhia do pai, no filme ele chega a exercer atividades que detesta só pra poder ganhar um pouco de atenção. Além disso, fiquei sentindo falta da bela amizade que nasceu entre o garoto e Zeus, que foi importantíssima para o desfecho da história, mas muito pouco foi abordada nas telas (Team Zeus!).

Como contar 349 páginas de história em uma hora e quarenta minutos de filme é quase uma missão impossível, os momentos mais reflexivos de Thibault não puderam ser muito explorados. Sendo o personagem bem traumatizado por conta de seu período no Iraque, acabou sendo muito drama pra pouca explicação. E, olha, não é preconceito pelos seus tempos de High School Musical, mas o papel monossilábico caiu bem ao Zac Efron.

Beth foi, de longe, o personagem mais fiel à obra. Uma mãe dedicada e uma mulher que sabe aliar sensibilidade e determinação. Seu romance com Thibault continuou sendo admirável, mas faltou cuidado pra não deixar que ele se tornasse artificial. Às vezes, eu até me esquecia de que ele tinha encontrado uma foto dela na guerra e cruzado o país à sua procura. Chegava até a pensar no quão comum o relacionamento havia se tornado, quase virando um drama mexicano.



The Lucky One foi lançado nos EUA em abril deste ano e chegou a faturar US$ 22,8 milhões só no final de semana de sua estreia. No Brasil, o filme chegou um mês depois, sendo bombardeado pelas críticas da imprensa local. De acordo com o jornal O Globo, "o bom de se levar aos cinemas uma história escrita por Nicholas Sparks e protagonizada por Zac Efron é que o espectador já sabe bem o que deve esperar: nada." Por: Marina Padilha (@maripads)

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