Resenha: Persuasão - Jane Austen





  • Título: Persuasão
  • Autor(a): Jane Austen
  • Editora: Martin Claret
  • Ano: 2010
  • Páginas: 229

Jane Austen (1775-1817) é uma das mais celebradas representantes da literatura inglesa. Ao longo do tempo, sua obra permanece suscitando grande interesse nos meios acadêmicos, gerando estudos das suas várias dimensões, como, por exemplo, a estética e a histórica. Em 2008, a BBC divulgou uma pesquisa na qual o livro Orgulho e preconceito - um dos mais populares, no mundo inteiro, desta autora - foi votado como o preferido dos britânicos, e igual sucesso têm experimentado as inúmeras adaptações para o teatro, cinema e televisão, de toda a obra de Austen. Além de constituir um vívido retrato de época, com as convenções e costumes da sociedade rural inglesa do começo do século XIX, Persuasão - o último romance que Austen escreveu, publicado postumamente em 1818 - conta a bela e sedutora história de Anne Elliot e Frederick Wentworth, os quais, oito anos depois do rompimento de seu noivado, reencontram-se, todavia em circunstâncias bem diferentes daquelas do passado.
Último livro publicado da autora, Persuasão foi finalizado por Jane Austen em 1817, em um época que passava por problemas graves de sáude, que logo resultou no seu falecimento. A obra foi publicada logo após a sua morte, sendo assim, uma obra póstuma. Esse é um romance menos elaborado e mais curto, comparado as outras obras da autora. De acordo com o que li, esse livro é o primeiro em que a personagem principal não é lá tão jovem. Bom, se 27 anos não é tão jovem, imagino qual a idade das outras protagonistas dos livros da Austen.

Anne Elliot, nossa protagonista, é filha do baronete de Kellynch Hall, o tão ambicioso e orgulhoso Walter Elliot, que não me conquistou nem um pouco ao decorrer da trama. Já se passaram oito anos desde que Anne foi noiva do, agora, Capitão Frederick Wentworth, que antes era inteligente, mas pobre. O casamento dos dois foi impedido pela Lady Russel, uma amiga muito próxima da família, que de início, simpatizei bastante. Mas de acordo com ela, Wentworth não valia a pena para a graciosa Anne. Pobre, sem conexões familiares importantes e sem tradição, o capitão foi deixado de lado.

Nem de longe foi uma leitura fácil. Demorei bastante pra terminar o livro, mas apenas por um motivo: monotonia. A narrativa da Jane é apegada a detalhes, a diálogos não tão importantes e a parágrafos que se forem pulados não vão fazer diferença alguma no entendimento da história. Claro que eu teria que esperar isso, afinal, tudo foi escrito no ano de 1817. Apesar disso, eu consegui entender como funcionavam as coisas na Inglaterra, naquela época. A relação entre as famílias ricas, o que eles faziam para se divertir e os arranjos de casamento.
Nunca houve dois corações mais abertos, nem gostos mais semelhantes ou sentimentos mais em sintonia.
As cartas e alguns diálogos entre os mais de 10 personagens,  foram de suma importância para o desencadear da história. Infelizmente, fique completamente perdida na maior parte da história por causa do excesso de pessoas que rodeavam a família de Anne, principalmente com a quantidade de capitães que entraram na trama tudo de uma vez. Talvez a doença da Austen tenha afetado um pouco a capacidade da autora de elaborar mais o romance e nos deixar menos confusos ou perdidos. Mas se tem uma coisa que não faltou foi ansiedade da parte da tão graciosa Anne.
Só a você tenho amado. Posso ter sido injusto, fui fraco e ressentido, mas nunca inconstante. Só por você vim a Bath. Só por você eu penso e faço planos.
Me senti, em algumas partes, lendo um livro infanto-juvenil. Não pela narrativa ou pelas situações, mas sim pela sensação que Anne me passou. Apesar de ser escrito na terceira pessoa, Jane conseguiu ir fundo nos sentimentos da protagonista, que muitas vezes tinha uma atitude que me fez lembrar minha adolescência. Sabe quando você ficar ansiosa pra ver aquele ser-humano que te faz sorrir, ou até mesmo quando a procura estar onde ele estar, só pra ter o prazer de poder ouvir a voz dessa pessoa? Pois é, Jane colocou Anne nessas situações, que inclusive, foi uma das partes mais agradáveis e menos densas de ler.

Geral: (3/5)
Narrativa: (5/5)
História: (3/5)
Facilidade de Leitura: (3/5)
Design: (3/5)
Revisão: (4/5)

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