Cinema: Orgulho e Preconceito





Passei anos e anos sem assistir esse filme simplesmente porque ainda não tinha lido a obra da autora! Várias pessoas (até aquelas que não leram o livro) me diziam como era lindo e como assistir era quase obrigatório, mas eu fui forte! Resisti até que tive a oportunidade de ler o livro. E, certamente, não me arrependo de ter esperado.

Existe aquele tipo de adaptação que só serve pra quem leu o livro, do contrário é apenas um filme monótono e pouco apaixonante (dou exemplo A Mulher do Viajante no Tempo, que é uma história maravilhosa, mas, para quem não leu o livro, nem tanto). Orgulho e Preconceito, entretanto, não se encaixa nesse perfil. Cenário belíssimo, atuações impecáveis, que foram bastante fieis ao livro, e o amor que foi crescendo aos poucos, sutilmente, assim como foi descrito no livro. Jane Austen ficaria orgulhosa!

Se tratando de um livro tão longo, nada mais natural do que se haver alguns cortes de cenas e personagens. A família Bennet tinha tantos amigos e parentes que em certos momentos eu ficava perdida no livro, imagine grandes quantidades de pessoas entrando e saindo das cenas? Acho que não daria muito certo. Com isso, os personagens menos importantes, assim como também as cenas mais rotineiras e desnecessárias, tiveram que ser deixados de lado, para que o foco ficasse nos principais e nos acontecimentos mais decisivos.

Se eu dissesse que algumas cenas do filme tivesse ficado exatamente como eu imaginei, estaria mentindo. A não ser que tenham inventado a transmissão de pensamento, eles não teriam como terem a mesma imaginação que eu. Porém, mesmo que diferente do que eu tinha imaginado, os cenários, a cidade onde os Bennet moravam, a casa de Sr. Darcy, os figurinos dos personagens, tudo foi de brilhar os olhos, e superou minhas expectativas.

Destaco o ator Matthew Macfadyen (Sr. Darcy) que soube exatamente interpretar o personagem. Não assisti a versão protagonizada por Colin Firth, então não tenho como julgar sua atuação no filme, se foi melhor ou não , mas posso afirmar que não poderiam ter escolhido um melhor autor. Eu não consigo pensar em algum outro que cairia no personagem como uma luva, assim como ele caiu. Ele e Keira Knightley tinham uma química incrível, e se olhavam exatamente do modo como Darcy e Elizabeth deveriam se olhar, e quando eu for reler o livro, poderei imaginar os dois atores sem frustrações.

Tenho uma pequena reclamação a fazer, entretanto. Jane Austen, em seu livro, dedica as páginas finais para relatar que fim teve cada um de seus personagens, e isso não se viu no filme. Assim que é mostrado o desfecho da história, os créditos aparecem nos deixando com aquela cara de “só?” e imaginando o que acontece depois. Seria preferível que eles tivessem diminuído algumas cenas do filme para dar esse finalzinho exatamente como no livro. Eu teria amado ver como ficaram as irmãs de Bennet e mais alguns personagens. Deixou a desejar nesse aspecto, infelizmente.

“My affections and wishes have not changed, but one word from you will silence me forever. If, however, your feelings have changed I would have to tell you, you have bewitched me, body and soul and I love, love, love you.”
– Mr. Darcy

Ficha Técnica


  • Título original: Pride & Prejudice
  • País de origem: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
  • Gênero: Drama, Romance
  • Direção: Joe Wright
  • Roteiro: Deborah Moggach, Jane Austen
  • Duração: 127 minutos
  • Classificação: (4/5)
  • (mais informações)


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