Resenha: Bilionários Por Acaso - Ben Mezrich




  • Título: Bilionários Por Acaso
  • Autora: Ben Mezrich
  • Editora: Intrínseca
  • Ano: 2010
  • Páginas: 232

A excitante história de como dois estudantes desenturmados de Harvard, que tentavam aumentar suas chances com o sexo oposto, criaram o site de relacionamento que se tornou uma das mais poderosas empresas do mundo, o FACEBOOK. Bilionários por acaso é uma aventura real, que envolve investidores poderosos, mulheres maravilhosas, a busca do estrelato social e muitas intrigas. De forma divertida e interessante, narra o fim da inocência no ritmo da criação controversa da rede social que revolucionou a maneira como milhões de pessoas se relacionam.

Eu sempre tive aquela dúvida do que seria esse livro. Já tinha visto o filme, e tinha adorado, mas achei que a versão em palavras daria apenas aquele gosto de documentários, cheio de dados, estatísticas, e linguagem de computador... Mas ainda assim eu não dei para trás. A partir do momento em que li a resenha no blog da Babi Dewet, quis ler.

Na parte de trás do livro, tem uma citação feita no The Boston Globe “A prosa de Mezrich tem um sabor cinematográfico.” Eu não entendi quando li a frase antes de ler o livro, mas com o passar das páginas, ela foi formando um conceito na minha cabeça. A narração de Mezrich foi quase uma poesia. O autor tem o dom de brincar com as palavras, conseguiu fazer fatos históricos como a história de Harvard, parecer tão fascinante quanto um bom livro de ficção. Embora, por vezes, pudesse parecer bem confuso. Bilionários Por Acaso não é exatamente um livro fácil de ser lido devido à escrita de Mezrich, ao brincar com as palavras, ele fez do livro um pouco mais complicado do que ele realmente é, portanto, não pude ler tão rápido quando pretendia, mas de maneira alguma diminuiu a diversão de tirei da leitura.

“Certamente, ele não tinha como saber, nem antes nem então, que aquele garoto com o cabelo enroladinho viraria ao avesso todo o conceito de rede de relacionamentos sociais – que um dia aquele garoto com cabelo enroladinho que tentava entrar nas primeiras festas da faculdade mudaria mais a vida de Eduardo do que qualquer Clube Final.”
– Página 15

Cada capítulo, sem exatamente um padrão de ordem, era narrado em terceira pessoa, mas possuía o ponto de vista de cada personagem principal, sendo eles Eduardo Saverin (O Brasileiro), Sean Parker e os gêmeos Winklevoss, mas não Mark Zuckerberg. A exclusão da peça principal de toda a história foi proposital, penso eu. Cada personagem tinha/tem uma visão diferente de Mark, começamos a ler tentando entender ele, terminamos com as mesmas dúvidas em relação a sua personalidade. Mas não do seu caráter, definitivamente. Gostei do modo como Ben tratou o protagonista, mantendo ele exatamente como ele é: uma incógnita.

“Desde o ensino médio, vale observar, seus pensamentos sempre pareceram tornar-se mais claros à medida que os deixava sair por meio de seus dedos. Para quem via de fora, a relação que mantinha com o computador parecia muito mais delicada do que qualquer outra relação com qualquer pessoa no mundo exterior. Sua maior felicidade era ver o próprio reflexo na tela. Talvez, lá no fundo, tivesse a ver com controle; com seu computador, Mark estava sempre no controle. Ou talvez fosse mais do que isso, quase uma espécie de simbiose que começou a crescer depois de anos e anos de prática. O jeito como os dedos de Mark percorriam as teclas; era àquele lugar que ele pertencia. Às vezes, parecia que era o único lugar a que ele pertencia.”
– Página 42

Mas eu vou dar minha opinião aqui. Em momento algum, eu idolatrei Mark Zuckerberg, provavelmente por ser uma das poucas pessoas que acha o Facebook apenas um mal necessário, não a maior rede social da atualidade, apesar de ela ser. Andei lendo resenhas por aí que estão diminuindo o valor do livro por, de alguma forma, andarem descobrindo as “verdades” sobre o cara que todos acreditavam ser incrível, e que realmente é. Se eu fosse fazer uma avaliação do caráter de Mark Zuckerberg, certamente a nota para o livro seria muito baixa. Mas não é isso que está em jogo. Se conseguimos construir uma imagem de todas as pessoas envolvidas, embora a história seja contada, de certa forma, um pouco sensacionalista, é porque o autor fez seu trabalho, e merece todo o crédito por isso. Ben Mezrich é, sim, um autor de mãos cheias. Seu trabalho, ao juntar palavras, é lindo de se ler.

Geral: (5/5)
Narrativa: (5/5)
História: (5/5)
Facilidade de Leitura: (3/5)
Design: (5/5)
Revisão: (5/5)


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