Sobre ler e ter livros
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Essa semana, eu estava dando um olhada nos posts da Iemai e me deparei com um texto com uma discussão bem interessante. Ela fez um post com o seguinte título: Eu não me importo que os livros acabem. Ela falou sobre o fato da tecnologia estar totalmente entregada a leitura, agora com o surgimento dos tablets e mais ainda com o lançamento do Kindle no Brasil. O texto foi uma opinião bem formada da blogueira sobre o tema "será que os livros vão resistir à tecnologia digital?" que foi escrito pela Mari Mendes. Bom, como uma coisa puxa a outra, eu vou opiniar agora sobre um levantamento interessante que surgiu no texto da Iemai.
A questão é a seguinte: todos, frequentadores de blogs de literatura e leitores assíduos, amamos ler. Eu, por exemplo, leio até bula de remédio se eu não tiver o que ler quando o tédio aperta e se não tiver nenhum livro por perto. Mas infelizmente, hoje o ter o livro vale mais que o ter a cultura. Não que colecionar livros não seja cultura, de jeito nenhum, mas parece que esse vício em ler na página física e ter mais de cem livros dentro de casa, dominou tanto as pessoas, principalmente os jovens, que compram mais de cinco livros por semana (nós, por exemplo), que vale mais ter uma coleção do livros para ler do que ter lido todos eles, mesmo sem tê-los na estante.
Algumas pessoas preferem ler o livro físico (como eu), mas não porque eu quero ter todos os livros do mundo na minha estante e sair marcando loucamente no Skoob: tenho, tenho, tenho... Gosto de tê-los em minhas mãos, claro! É como um tesouro, uma joia rara que precisa estar junto de mim o tempo todo, porque o ser-humano é assim: o ter vale mais que e o ser. Também é muito desconfortável ler no notebook. Como não tenho um tablet, ou um Kindle, por exemplo, fica complicado para mim. Vivo na rua e na maior parte do tempo, quando não estou trabalhando ou na sala de aula, estou no ônibus, lendo. Por isso, o livro físico é mais acessível para mim. Ficaria muito feliz em ter algum reader para me deliciar em uma leitura onde eu não tenha que viver com um livro em baixo do braço, arriscando amassar, rasgar ou molhar.
É lindo ter uma estante cheia (e eu amo comprar livros), sentir aquele cheirinho de livro novo, sentir a textura da capa, o peso das folhas e o brilho das ilustrações e depois comentar com aquele seu amigo (ah, eu tenho essa edição especial deluxe do colecionador...). Tenho certeza que o livro físico, as folhas, a brochura, a capa dura, nunca irão acabar. Os tablets podem dominar o mundo, assim como a internet está fazendo hoje, mas a televisão surgiu e acharam que o rádio e os jornais impressos iriam acabar, mas estão aí até hoje, não é? O que eu acredito que pode surgir com o avanço das tecnologias digitais é o entretenimento dentro das páginas do ebook. Uma ilustração em movimento, um vídeo, etc (já existe isso?). Mas nada disso vai diminuir o amor e vontade que todos temos de ler.