- Título: No Escuro
- Autor(a): Elizabeth Haynes
- Editora: Intrínseca
- Ano: 2013
- Páginas: 336
- Cortesia da Editora Intrínseca
Catherine aproveitou a vida de solteira por tempo suficiente para reconhecer um excelente partido quando o encontra: lindo, carismático, espontâneo... Lee parece bom demais para ser verdade. Suas amigas concordam plenamente e, uma por uma, todas se deixam conquistar por ele. Com o tempo, porém, o homem louro de olhos azuis, que parece o sonho de qualquer mulher, revela-se extremamente controlador e faz com que Catherine se sinta isolada. Amedrontada pelo jeito cada vez mais estranho de Lee, Catherine tenta terminar o relacionamento, mas, ao pedir ajuda aos amigos, descobre que ninguém acredita nela. Sentindo-se no escuro, ela planeja meticulosamente como escapar dele. Quatro anos mais tarde, Lee está na prisão e Catherine, agora Cathy, tenta reconstruir a vida em outra cidade. Apesar de seu corpo estar curado, ela tornou-se uma pessoa bastante diferente. Obsessivo-compulsiva, vive com medo e insegura. Seu novo vizinho, Stuart Richardson, a incentiva a enfrentar seus temores. Com sua ajuda, Cathy começar a acreditar que ainda exista a chance de uma vida normal. Até que um telefonema inesperado muda tudo. Ousado e poderoso, convincente ao extremo em seu retrato da obsessão, No escuro é um thriller arrebatador.
Diferente de tudo o que eu já li na vida. Quis ler No Escuro justamente por esse atrativo: o diferencial na minha estante. Não, eu não falo de capa, ou qualquer coisa relacionada à aparência, e sim, falo de enredo. Eu nunca tinha lido um livro tão violento. Sobretudo, violência doméstica. Claro, já li alguns que tiverem sim, sua cota básica de violência, mas nenhum deles foi tão explícito.
Primeiramente, precisei me acostumar com o estilo em que o livro foi narrado. A mesma história nos é trazida em dois tempos: antes e durante a agressão que Catherine sofre, e vários meses depois. Vamos alternando os anos, de forma que vemos o percurso de uma Cathy que conhece um cara bacana, se apaixona por ele, e, como tempo, vai percebendo que ele não é nada do que aparenta ser, depois todas as consequências do que ela sofreu. A princípio, não sabemos exatamente o que aconteceu, pois isso vai sendo soltados aos poucos, mas a escrita da autora é tão envolvente que, mesmo que você morra de vontade de pular algumas páginas para matar logo a curiosidade, ela prende você na era mais calma da narrativa, fazendo com que o leitor crie uma empatia com os temores da protagonista, que, aos poucos, vai se reerguendo.
A Cathy dos tempos atuais sofre de toque e de transtorno pós-traumático, consequências da agressão que ela sofreu de Lee, seu ex-namorado. Paralelamente à história sobre a agressão, conhecemos uma garota bem diferente daquela de anos atrás, chega a ser até um pouco estranho, pois custa a nos acostumarmos com o fato de que as duas são a mesma pessoa, apenas em tempos diferentes. Ainda que estranho, acreditamos na mudança. Confesso que não dava nenhum crédito para a autora, por ser uma iniciante. Preconceito meu, devo admitir! Elizabeth Haynes se mostrou ser melhor que muito autor por aí com cinco, seis livros lançados. Pelo decorrer das "duas" histórias, a gente percebe que ela mergulhou de cabeça para escrevê-las, usando um grande conhecimento de psicologia e criminalista. A mudança de Catherine sofre é tão autêntica que, em nenhum momento, podemos acusar a autora de forçar o drama.
Não tenho TOC, nem conheço ninguém que tenha. Porém, arrisco dizer que, após ler este livro, pude entender um pouco do que se passa na cabeça de alguém que sofre do transtorno, e como é dura a luta para combatê-lo.
Ler No Escuro foi como admirar uma grande obra de arte: nós não deparamos com livros tão bem feitos com a frequência que desejamos. Mas ele também mexeu bastante comigo. Depois de ler a última página, fiquei algumas boas horas com um peso no meu coração, pensando constantemente na história. Eu não queria ter lido tão rápido quanto como terminei fazendo. Isso provocou um certo paradoxo em mim: ao mesmo tempo em que o livro era envolvente e me deixava grudada nas páginas, ele era extremamente pesado, e me fez mal ler tantas coisas "ruins" em um curto período de tempo. Sem sombra de dúvidas, indico o livro para qualquer um que aguente uma história sobre uma violência doméstica que chega a ser brutal, mas levem o conselho de que é sempre bom aquelas pausas para respirar!