Lola e o Garoto da Casa ao Lado, Stephanie Perkins




  • Título: Lola e o Garoto da Casa ao Lado
  • Autor(a): Stephanie Perkins
  • Editora: Novo Conceito
  • Ano: 2012
  • Páginas: 288
  • Cortesia da Editora Novo Conceito
A designer-revelação Lola Nolan não acredita em moda… ela acredita em trajes. Quanto mais expressiva for a roupa — mais brilhante, mais divertida, mais selvagem — melhor. Mas apesar de o estilo de Lola ser ultrajante, ela é uma filha e amiga dedicada com grandes planos para o futuro. E tudo está muito perfeito (até mesmo com seu namorado roqueiro gostoso) até os gêmeos Bell, Calliope e Cricket, voltarem ao seu bairro. Quando Cricket — um inventor habilidoso — sai da sombra de sua irmã gêmea e volta para a vida de Lola, ela finalmente precisa conciliar uma vida de sentimentos pelo garoto da porta ao lado.

A resenha pode conter alguns spoilers sobre Anna e o Beijo Francês, mas tentarei me controlar.

Ler qualquer livro da Stephanie Perkins é sempre um prazer, nunca uma perda de tempo. Corri para ler Anna, pois tinham me dito que, mesmo que não fosse necessário, seria bem mais divertido reconhecer os personagens e os detalhes do livro em um enredo completamente diferente, e estavam certos. Adorei constatar que Perkins fez nos seus livros, o que eu queria que Meg Cabot tivesse feito com a série Garotos (com mais vigor)

Leia também: Anna e o Beijo Francês

Lola garota muito diferente do estereótipo adolescente americano. Tem pais gays, tem uma paixão por roupas, mas não pela moda – sonha em ser uma estilista famosa – e um gosto muito excêntrico pelo modo de se vestir. Cada dia é um personagem diferente, mas, na personalidade, sempre Lola. Ela mora em São Francisco (Lá onde Anna e St. Clair foram estudar!), trabalha com a Anna em um cinema local e namora Max, um guitarrista mais velho que tem uma banda de rock. Tudo vai muito bem, obrigada, até que os vizinhos do passado, os gêmeos (Cricket e Calliope) Bell voltam a morar na casa ao lado, depois de um período de dois anos longe.

Gosto do modo como Stephanie vai soltando as informações aos poucos. Lola se mostra bastante (muito mesmo) apreensiva quando os Bell voltam a morar na casa ao lado. Não sabemos o porquê, embora possamos imaginar o motivo do medo que ela tem dos irmãos. Somos levados a flashbacks pouco conclusivos que são soltados no meio do livro, até que nossa protagonista de rende e nos conta toda a história do seu passado com Cricket e Calliope.

O que mais me encantou no livro, foi a variedade de personagens, que pouco eram clichês. Temos seus pais gays e de personalidades super diferentes, sua mãe biológica hippie e problemática, sua melhor amiga aspirante a detetive, seu namorado bad boy, seu vizinho inventor e sua vizinha patinadora. Adorei como Perkins inseriu cada um desses universos diferentes no livro, e sobre valorizar todas as virtudes sem que passasse por cima de outra. Até a maior descrente vai se encantar com a forma encantadora que a realidade é mostrada para nós.

Amo a risada dele. É rara; por isso, sempre que a ouço, sei que fiz por merecer.

Lola é uma garota mais impulsiva e espontânea do que Anna. Embora as duas compartilhem daquela velha característica (presente em quase todos os romances), a indecisão. Ela expõe seu ponto de vista com bastante frequência e, dificilmente, se prontifica a ver a vida passar pela sua frente. Está sempre pronta a entrar em ação, ainda que suas ações sejam as erradas.

Quando duas pessoas estão apaixonadas, supõe-se que a coisa dê certo. Tem que dar. Não importa quão difíceis sejam as circunstâncias.

Se saímos do universo multicultural e cheio com aquele ar europeu que vimos em Anna, entramos em um cheio de eventos musicais, com um ar de liberdade, misturado com a familiaridade de um lar. Lola tem tudo do universo adolescente. Nada parecido com Anna, cujos pais pouco influenciavam em seu dia-a-dia. Aqui temos castigos, pais superprotetores, filhos rebeldes, escola, trabalho em meio período, e etc. Não posso esconder que gostei ainda mais do segundo do que do primeiro.

Não é um livro com grandes lições, mas arranca vários suspiros. Daquele tipo que faz você ansiar pelo final feliz.

[...] Uma estrela. E o garoto pediu um desejo à estrela, e o desejo era o nome da garota. Ao som do nome, uma segunda estrela aparecia. E daí ele desejava novamente o nome dela e as estrelas dobravam para quatro. E quatro se tornavam oito, e oito se tornariam dezesseis, e assim por diante, na maior equação matemática que o Universo já viu. E, depois de uma hora, o céu estava tão repleto de estrelas que fazia seus vizinhos acordarem. As pessoas se perguntavam quem havia ligado os holofotes. Foi o garoto. Ao pensar na garota.

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