As apostas para o Oscar 2013



Ainda falta dois meses para a próxima edição do Oscar, mas a BBC já divulgou a lista dos filmes que podem ser indicados para ganhar a estatueta no ano de 2013. De acordo com as regras da Academia de Filmes e Artes e Ciências até 10 filmes podem ser inscritos como finalistas para a categoria de melhor filme. As demais indicações serão anunciadas no dia 10 de janeiro. Vale ressaltar que nada do que está aí em baixo é da equipe do Books Jornal, ok? Tudo da BBC.

  • ARGO

Recentemente, Ben Affleck se reinventou como um cineasta promissor e respeitado. Argo é o seu terceiro filme, após Medo da Verdade e Atração Perigosa. O longa é também seu filme mais ambicioso até o momento. A produção conta a históra de uma tentativa da CIA de retirar diplomatas de Teerã durante a crise dos reféns de 1979.

Ben Affleck ganhou um Oscar em 1998 pelo roteiro que co-assinou com o colega ator Matt Damon, por Gênio Indomável. Na década seguinte, algumas decisões duvidosas fizeram com que o status de protagonista de Affleck perdesse força, ao passo que o do amigo Damon não parou de subir.

  • DJANGO LIVRE

Sob circunstâncias normais, o western de Quentin Tarantino sobre a era da escravidão nos Estados Unidos seria uma aposta certa para o Oscar. Mas após os trágicos tiroteios em Newtown, Connecticut, a carnificina de Django Livre já mereceu repreensões em meio ao debate que ressurgiu sobre a violência no cinema. Os integrantes mais idosos e conservadores da Academia talvez se recusem a premiar um filme tão sangrento nesse clima político carregado.

Apesar de o filme ter boas chances de receber um número razoável de indicações, pelo menos pelo roteiro rebuscado de Tarantino, os atores do longa metragem provavelmente têm mais chances de saírem premiados do que o filme em que atuam. Há três anos, Christoph Waltz venceu o prêmio de melhor ator coadjuvante por seu papel de um nazista no filme anterior de Tarantino, Bastardos Inglórios.

Mas a aposta mais certeira é o outro astro do elenco, Leonardo DiCaprio, cujo desempenho atípico como um proprietário de escravos sádico poderá, finalmente, dar ao astro, já indicado três vezes à estatueta, um motivo para se levantar de sua cadeira na noite de premiação.

  • AS AVENTURAS DE PI

Se houvesse um Oscar de melhor desempenho para um tigre 3D gerado por computador, a adaptação de Ang Lee para o livro de Yann Martel premiado com o Booker Prize seria o grande vencedor. Mas diante da inexistência de tal categoria, As Aventuras de Pi provavelmente terá de se contentar com a indicação para melhor filme e algumas citações nas categorias técnicas.

Ang Lee, por sua vez, é um sério postulante ao Oscar de melhor diretor. O cineasta nascido em Taiwan ganhou o prêmio em 2006, pela adaptação de outra obra literária, O Segredo de Brokeback Mountain, de Annie Proulx.

  • LINCOLN

O maior competidor de Argo para o prêmio de melhor filme parece ser o tributo respeitoso de Steven Spielberg a um dos mais reverenciados presidentes americanos. O filme se concentra nos últimos meses de vida do líder dos Estados Unidos e em sua luta para aprovar a abolição da escravidão. É um grande filme sobre um grande tema e foi feito por um dos maiores diretores de Hollywood.

O protagonista Daniel Day-Lewis já venceu dois Oscars, por Meu Pé Esquerdo, de 1989, e por Sangue Negro, de 2007. Mas parece haver pouca resistência à ideia em dar a ele outra estatueta por seu retrato de um Lincoln cheio de dignidade, que está sendo carregado de elogios superlativos.

  • O MESTRE

O drama de Paul Thomas Anderson sobre o líder de um culto e seu atormentado assistente tem o peso do produtor Harvey Weinstein por trás. Mesmo essa potência de Hollywood não é uma garantia de indicação ao prêmio de melhor filme.

O desprezo expresso por Joaquin Phoenix ao Oscar no começo deste ano sem dúvida prejudicou suas chances na categoria de melhor ator e também as chances do filme. Mas a Academia já prestigiou os talentos de Philip Seymour Hoffman e Amy Adams em anos anteriores e provavelmente o fará novamente por suas atuações em papéis coadjuvantes.

  • LES MISÉRABLES

Musicais costumavam ser os azarões da noite do Oscar e já faz uma década desde que um deles - Chicago, de 2002 - é indicado ao prêmio de melhor filme. Os produtores de Les Misérables, a aguardada adaptação cinematográfica da sensação dos palcos, esperam que o filme rompa com essa tradição.

O longa de Tom Hooper foi bem recebido pela crítica e foi indicado para quatro Globos de Ouro, inclusive ao de melhor filme. Hugh Jackman, que apresentou o Oscar de 2009, deve conquistar uma indicação na categoria de melhor ator por sua interpretação como o heróico Jean Valjean. Anne Hathaway, outra ex-apresentadora do Oscar, é tida como uma barbada na categoria de melhor atriz coadjuvante pela trágica personagem Fantine.

  • O LADO BOM DA VIDA

Comédias românticas costumam ser ofuscadas na época do Oscar por produções dramáticas de maior envergadura. Mas o filme que David O. Russel realizou após O Vencedor, de 2010 espera quebrar esse tabu.

É um filme que poderá contar com a afeição dos eleitores da Academia, especialmente em um ano em que houve poucas ofertas de filmes mais leves. Um dos trunfos do longa é Jennifer Lawrence, uma estrela em ascensão que vem conciliando papéis em sucessos de crítica com performances em franquias cinematográficas lucrativas, como Jogos vorazes, lançado neste ano.

Robert De Niro também poderá receber uma estatueta de melhor ator coadjuvante por sua interpretação de um jogador inverterado. Se isso ocorrer, será sua sétima indicação. De Niro já conquistou Oscar de melhor ator, por Touro Indomável, e melhor ator coadjuvante, por O Poderoso Chefão - Parte 2.

  • A HORA MAIS ESCURA

O longa que Kathryn Bigelow realizou após Guerra ao terror é um acréscimo tardio à corrida do Oscar e precisa avançar na disputa para pleitear uma vaga. A dramatização da caçada por Osama Bin Laden já ganhou fama pela maneira com que retrata suspeitos de terrorismo sendo interrogados e torturados.

Se a ideia da Academia é parecer ser relevante e atual, dificilmente poderia haver uma escolha mais apropriada do que a de um filme que evoca eventos tão vívidos e recentes. Bigelow deveria receber uma indicação ao prêmio de melhor diretora por sua ousadia e sua protagonista Jessica Chastain é provavelmente a maior rival de Jennifer Lawrence à estatueta de melhor atriz.

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