Resenha: The Time Traveler's Wife



Henry DeTamble (Eric Bana) conheceu Clare Abshire (Rachel McAdams) quando tinha apenas 6 anos, em um campo perto da casa de seus pais. Logo eles se tornaram grandes amigos, avançando para confidentes e depois amantes. Só que há um problema: o futuro de Clare é o passado de Henry. Ele é um viajante do tempo, devido a uma modificação genética rara que o faz levar a vida sem saber em que época estará. O fato de Henry conhecer o futuro sempre incomodou Clare, mas agora a situação se inverteu. Quando Henry volta no tempo para encontrar Clare aos 6 anos, é ela que, em sua fase adulta, sabe qual será o futuro de seu amado.

Baseado na obra homônima da autora Audrey Niffenegger, The Time Traveler’s Wife foi produzido em 2009 e teve como diretor Robert Schwentke. No Brasil, o filme chegou às telonas como Te Amarei Para Sempre, o que foi considerado mais uma jogada de marketing insatisfatória dos produtores brasileiros. O nome escolhido acaba remetendo a um romance tradicional repleto de clichês. O filme até que pode ser um pouco enjoativo em determinados momentos, mas a obra de Niffenegger é, de longe, um dos meus livros favoritos, sendo a história de Henry e Clare a mais linda que já conheci. São 450 páginas de puro encanto, que tão de repente nos levam dos risos às lágrimas.

O filme é confuso, mas emocionante. Eis uma definição pra lá de chula, mas verdadeira: a adaptação de The Time Traveler’s Wife é uma grande piada interna do mundo literário. Só entende quem já leu o livro. Pergunte a quem já assistiu, mas não tem conhecimento sobre a obra e não terá muitas opiniões favoráveis. Lógico, toda regra tem sua exceção e cá estou eu para provar isso. Como fã de Rachel McAdams, corri para assistir o filme, sem sequer saber da existência do livro e me desfiz em lágrimas. Mas é verdade que me confundi bastante e que muita coisa só se explicou (e melhorou!) ao ler o livro.

Eu não mudaria nada. Não desistiria de um segundo sequer de nossa vida juntos.

O roteiro do longa seguiu quase à risca o criado por Niffenegger. No que diz respeito ao casal de protagonistas, pouquíssimas foram as alterações. Na verdade, as mudanças mais influentes da história estão relacionadas aos coadjuvantes. É o caso de Richard DeTamble, pai do Henry, e do Gomez, amigo do casal. Esses personagens estão presentes na trama, mas de maneira muito sucinta, quase não deixando transparecer qualquer influência sobre os principais. Isso sem contar os personagens que sequer apareceram, como é o caso de Ingrid, quem julgo ser o personagem mais intenso da história, e Mrs. Kim, a vizinha que assumiu o papel de mãe do Henry tão logo ele perdeu a sua. 

Henry no filme deixou de ser aquele personagem extremamente complexo passando a ser um simples bibliotecário que vive sozinho e sofre de um distúrbio genético. Sua fase “sexo, drogas e rock’n’roll” foi totalmente excluída da produção, fazendo parecer com que ele estivesse, na verdade, sempre esperando que Clare aparecesse em sua vida. Bem clichê, mesmo.

Clare continua a fascinar os fãs. Sensata e apaixonante, sua representação no cinema apenas peca por parecer perfeita demais. Acredito que o que mais chama atenção para esse personagem são seus momentos de fraqueza. Seus conflitos durante a adolescência ou os períodos em que se viu desacreditada em relação a Henry nem mesmo foram abordados. Assim, Clare acabou por se tornar só mais uma mocinha perfeita aos olhos do público.

Como é extremamente corrido, o roteiro acaba não nos deixando degustar da aflição de Clare quando a mesma fica à espera de Henry por anos a fio. Ou dos problemas em que Henry se mete ao longo de suas inúmeras viagens pelo tempo. Na verdade, essas viagens se tornam apenas um segundo plano no longa. Enquanto no livro esse distúrbio genético é a base do relacionamento dos dois, no filme ele muito se assemelha aos grandes problemas já vistos nos romances tradicionais.



Mas é, mesmo, emocionante ver essas cenas além do que construímos com nossa imaginação. Principalmente quando  Henry e Clare se conhecem no tempo presente para os dois e, claro, a cena final do filme. É uma pena que essa parte final não tenha sido como a do livro, já que a da obra, ainda que breve e bem pouco esclarecida, é uma das mais comoventes. Portanto, o filme está recomendadíssimo! Uma boa história pra muita mulher dar valor a namorado que, mesmo de um mundo diferente, vive no mesmo espaço de tempo. Por: Marina Padilha (@maripads)

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