Resenha: As Listas de Casamento de Becky Bloom - Sophie Kinsella



  • Título: As Listas de Casamento de Becky Bloom
  • Autor(a): Sophie Kinsella
  • Editora: Record
  • Ano: 2004
  • Páginas: 444
Pela primeira vez a vida de Becky parece estar nos trilhos. Ela conseguiu um emprego de consutora de compras, no qual gasta o dinheiro de outras pessoas, e ainda é paga por isso. Mora num ótimo apartamento em Manhattan com Luke, o homem de sua vida, com quem abriu até mesmo conta conjunta! Então Lukea pede em casamento. E a confusão se instala na vida do casal. A mãe dela quer um casamento na Inglaterra. A sogra, uma festa de cinema em Nova York. Becky precisa escolher onde vai se casar, mas não consegue, perdida na preparação de listas de presentes, provas de vestidos e escolha de bufê. O tempo vai passando. E ela, de repente, percebe que está em grandes apuros. Como conciliar duas cerimônias no mesmo dia, na mesma hora e em dois continentes diferentes? Tudo bem, o noivo é o mesmo. Mas será que ele vai resistir a tamanha confusão? As listas de casamento de Becky Bloom é mais um romance muito divertido de Sophie Kinsella sobre uma mulher que não tem o menor controle sobre o seu cartão de crédito.

Pela primeira vez que li um dos livros sobre a consumista Becky Bloom, consegui sentir um amadurecimento da personagem. Enquanto os dois primeiro livros se tratavam de uma mulher com pouca capacidade de controlar seus impulsos, que termina se enrolando na própria corda, neste terceiro volume, vemos uma pessoa mais preocupada em não ferir os sentimentos alheios – ainda que com aqueles velhos olhinhos brilhando a cada luxuoso artefato que vê pela frente.

Luke Brandon finalmente – e inesperadamente – pediu Becky em casamento! Agora é hora de planejar, coisa que todos nós sabemos que nossa protagonista. Mas se um dia Rebecca Bloom não se meter em uma confusão, ela teria que mudar o próprio nome. De um lado, sua mãe está organizando seu casamento, na igreja da cidade onde nossa consumista cresceu, e cerimônia no quintal da casa da família Bloom, com direito a uma foto do casal na frente da árvore que a Sra. Bloom plantou quando Becky ainda era criança, especialmente para esse momento que finalmente chegou. Bem tradicional, e bem familiar. Parece perfeito. Tirando um detalhe aqui e outro ali, Becky está adorando. Bem, mas parece que a mãe de Luke também quer participar... com um casamento no Plaza, onde a alta sociedade de Nova York – onde Becky e Luke estão morando no momento – possa assistir e prestigiar. A questão é: quem Becky terá que magoar ao negar o casamento? Ela quer ter o casamento do ano no Hotel Plaza, ou quer se casar no conforto de sua casa, rodeada pelas pessoas que mais ama.

Para Becky, entretanto, quanto melhor ela pensar no problema, mais vai parecer que ele não existe! Nossa protagonista continua com aquele velha mania de varrer suas indecisões para baixo do tapete, na esperança de que eles saiam de lá só quando estiverem devidamente resolvido. Sendo assim, se passam dias, semanas, meses até que dois casamentos estejam planejados para acontecer em um só dia, e nenhuma das duas organizadoras faz ideia disso!

A série escrita por Sophie Kinsella conseguiu algo que achei que não fosse possível: ficar ainda mais divertida. A autora consegue a façanha de fazer com que apaixonemos por uma personagem cheia de defeitos. Ao mesmo tempo em que sentimos raiva do quanto Rebecca Bloom é inconsequente, sentimos compaixão e simpatia diante de tamanho carisma! Com uma escrita em terceira pessoa, acompanhamos as inseguranças e os afetos da personagem, além de se sentir como se fosse a personagem, e fica surpresa, encantada, triste e angustiada junto a ela. Ainda que muitas vezes nos sentimos um passo a frente, querendo avisá-la de que o que ela está prestes a fazer não é uma boa ideia.

Desde minha adolescência, li vários chick-lits. Meg Cabot, então, ocupa um lugar considerável em minha estante com seus livros do gênero. E, apesar de gostar da autora que acabei de citar, só quando li Sophie Kinsella me senti realmente admiradora do mesmo. Kinsella mostra que realmente sabe o que está fazendo!

A tradução do livro, por outro lado, deixou um pouco a desejar, assim como a revisão. Encontrei alguns erros de acentuação e pontuação, que também estiveram presentes nos dois primeiros livros. Não chega a atrapalhar a leitura, mas alguém mais atencioso às regras gramaticais vai percebê-los e, dependendo do quanto você valorize um bom trabalho editorial, vai se incomodar. Para mim, não conseguiu diminuir a qualidade do livro, mesmo que eu ache que um produto tão poderoso na educação como um livro não pode se dar ao luxo de cometer tais erros.


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