Resenha: Antes Que Eu Vá - Lauren Oliver




  • Título: Antes Que Eu Vá
  • Autor(a): Lauren Oliver
  • Editora: Intrínseca
  • Ano: 2011
  • Páginas: 358

Samantha Kingston tem tudo: o namorado mais cobiçado do universo, três amigas fantásticas e todos os privilégios no Thomas Jefferson, o colégio que frequenta — da melhor mesa do refeitório à vaga mais bem-posicionada do estacionamento. Aquela sexta-feira, 12 de fevereiro, deveria ser apenas mais um dia de sua vida mágica e perfeita. Em vez disso, acaba sendo o último. Mas ela ganha uma segunda chance. Sete “segundas chances”, na verdade. E, ao reviver aquele dia vezes seguidas, Samantha desvenda o mistério que envolve sua morte — descobrindo, enfim, o verdadeiro valor de tudo o que está prestes a perder. ... Em uma noite chuvosa de fevereiro, Sam é morta em um acidente de carro horrível. Mas em vez de se ver em um túnel de luz, ela acorda na sua própria cama, na manhã do mesmo dia. Forçada a viver com os mesmos eventos ela se esforça para alterar o resultado, mas acorda novamente no dia do acidente. O que se segue é a história de uma menina que ao longo dos dias, descobre através de insights desoladores, as conseqüências de cada ação dela. Uma menina que morreu jovem, mas no processo aprende a viver. E que se apaixona um pouco tarde demais.

“Agora eu me deito para dormir,
Oro a Deus para minha alma guardar.
Se eu morrer antes de acordar,
Oro a Deus para minha alma levar.” – pág. 92

Como eu posso começar uma resenha sobre um livro que é genial desde sua sinopse? Antes Que Eu Vá se tornou destaque para mim desde que a Intrínseca começou a divulgar seu lançamento. Uma capa linda, e um pequeno trecho do livro, com uma reflexão que abrange todo o enredo do livro, a grande dúvida da personagem principal, que deixa angustiada tanto ela como nós, que estamos lendo.

“Talvez você possa se dar ao luxo de esperar. Talvez para você haja um amanhã. Talvez para você haja mil amanhãs, ou três mil, ou dez, tanto tempo que você pode se banhar nele, girar, deixar correr como moedas entre os seus dedos. Tanto tempo que você pode desperdiçar.
Mas para alguns de nós, só existe hoje. E a verdade é que nunca se sabe.” pág. 205

O grande enfoque do livro de Lauren Oliver está nos adolescentes, sobretudo Sam e suas amigas, que se acham invencíveis, imortais. O grupo dessas meninas é aquele típico que vemos em filmes americanos, as que praticam bullying, namoram os garotos mais bonitos e cobiçados, e são incondicionalmente admiradas, seja qual for sua índole. No começo, o livro pode parecer meio fútil, focando-se apenas no dia-a-dia dessas quatro meninas, pela visão de Sam, nossa narradora e personagem principal, parecendo que as grandes inseguranças do livro se tratam de transar ou não transar com seu namorado.

Cada capítulo do livro se trata do mesmo dia. Sempre começando com a Sam acordando no Dia do Cupido (um evento do seu colégio, é o dia em que as pessoas presenteiam umas as outras com rosas, entregues por cupidos) e terminando em sua morte. Com o passar de seus retornos, Sam vai reagindo de formas diferentes, passando por todas as fases do luto (Negação, Raiva, Negociação, Depressão e Aceitação), e passando a enxergar as pessoas ao seu redor de um modo diferente, sobretudo as pessoas mais próximas, aprendendo a respeitar, dar mais valor e até a diminuir um pouco todo o crédito de alguém, aprendendo que a vida vale mais a pena quando não se preocupa com as coisas negativas que os outros têm a dizer. À medida que ela vai enxergando verdadeiramente o mundo a sua volta, vamos descobrindo o quanto sua vida é profunda e vale a pena salvar.

“Fale a verdade: você se surpreendeu por eu não ter percebido isso antes? Surpreendeu-se por ter demorado tanto a sequer pensar na palavra – morte? Morrer? Morta?
Você acha que eu estava sendo tola? Ingênua?
Tente não me julgar. Lembre-se de que somos iguais, eu e você.
Eu também pensei que fosse viver para sempre.” – pág. 102

Lauren Oliver mostra dentro da forma como narra sua história que ela foi escrita com a grande finalidade de fazer seu leitor refletir. No meio dos acontecimentos, há umas pausas na narrativa, diagramadas em itálico, onde Samantha conversa com o leitor. Esses trechos são os mais intrigantes, quando ela convida você para se por no lugar dela, para parar e pensar. Ela praticamente adivinha o que está passando por nossas cabeças, e, de uma hora para outra, Sam deixa de ser uma garota fútil e passa a ser apenas uma garota, que deveria ter a vida toda pela frente para poder reparar seus erros.

“Mas antes que comece a me acusar, permita-me fazer uma pergunta: o que eu fiz foi realmente tão ruim? Tão ruim que eu merecia morrer por isso? Tão ruim que eu merecia morrer assim?
O que eu fiz foi realmente tão pior do que todo mundo faz?
É realmente muito pior do que o que
você faz?
Pense a respeito.” – pág. 64

Antes Que Eu Vá é um livro emocionante, que mostra que se deve dar valor às pessoas certas, na sua vida com a família, entre os amigos, e também na sua vida amorosa. A relação de Sam com sua irmãzinha foi a mais bonita entre todas as retratadas no livro. E, apesar de fúteis, as amigas de Sam certamente tinham uma amizade linda, e se amavam apesar das falhas das outras. O livro ainda mostra um romance que, embora não seja predominante, é sutil, e nasceu da maneira certa. Na verdade, o amor poderia estar sempre lá, ela só precisava enxergar que era real.

Must read!

Geral: (5/5)
Narrativa: (4/5)
História: (5/5)
Facilidade de Leitura: (4/5)
Design: (5/5)
Revisão: (4/5)

Comentários via Facebook

 
Vector Credits