Resenha: A Guerra dos Tronos - George R. R. Martin




  • Título: A Guerra dos Tronos
  • Autor: George R. R. Martin
  • Editora: Leya
  • Ano: 2010
  • Páginas: 592

Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, recebe a visita do velho amigo, o rei Robert Baratheon, está longe de adivinhar que a sua vida, e a da sua família, está prestes a entrar numa espiral de tragédia, conspiração e morte. Durante a estadia, o rei convida Eddard a mudar-se para a corte e a assumir a prestigiada posição de Mão do Rei. Este aceita, mas apenas porque desconfia que o anterior detentor desse título foi envenenado pela própria rainha - uma cruel manipuladora do clã Lannister. Assim, perto do rei, Eddard tem esperança de o proteger da rainha. Mas ter os Lannister como inimigos é fatal - a ambição dessa família não tem limites e o rei corre um perigo muito maior do que Eddard temia. Sozinho na corte, Eddard também se apercebe que a sua vida nada vale. E até a sua família, longe no norte, pode estar em perigo.
Essa com certeza é uma das resenhas mais difíceis que já escrevi/vou escrever. Primeiro porque quando eu gosto de uma coisa eu geralmente tenho dificuldade de me expressar. Sempre acho que está faltando alguma coisa ou a frase não fez jus ao que eu queria dizer. Segundo porque sempre há aquele "quê" de fanatismo que não consigo camuflar nem com as palavras mais imparciais do mundo. Acabo falando muito do que eu senti enquanto lia a história e esqueço de ressaltar o que realmente importa: a qualidade da obra. Espero que eu não caia na besteira de fazer isso com essa resenha porque sinceramente, estragar a resenha de um livro como A Guerra dos Tronos seria um dos maiores erros da minha curta história como julgadora de livros.

Para quem deu uma conferida no post de indicação da série Game of Thrones, que claro, é uma adaptação para TV da série das Crônicas de Gelo e Fogo, já está mais ou menos por dentro do que se trata a história. Bom, se você ainda não conhece, vale a pena ressaltar que a leitura dessa obra é quase que necessária. Tanto para os fãs de séries fantásticas como para uma pessoa que adora personagens marcantes, histórias dos reinos e dos seus reis e da guerra política que matou tantos personagens incríveis que viviam naquela era medieval. George R. R. Martin é um gênio contemporâneo da literatura fantástica. A Guerra dos Tronos é um livro que dispensa comentários a respeito da qualidade da obra e da narrativa épica que o George embarca seu leitor.
“Nunca se esqueça de quem é, porque é certo que o mundo não se lembrará. Faça disso sua força. Assim, não poderá ser nunca a sua fraqueza. Arme-se com esta lembrança, e ela nunca poderá ser usada para magoá-lo.” - Tyrion Lannister
Não espere, com essa leitura, encontrar criaturas do submundo como foco de toda a história. Há sim, os Outros, como são conhecidos as criaturas que aterrorizam a Floresta Assombrada para lá da Muralha ao Norte de Westeros, mas nada que se compare com o foco na guerra entre as grandes famílias poderosas que reinam. A história é complexa, cheia de personagens (a ponto de ter um apêndice no fim do livro com as dinastias das casas que habitam/habitaram os sete reinos), que infelizmente, faz você se perder um pouco no começo. Há traições, sexo, orgulho, inveja, dragões, conspirações, mentiras, personagens detestáveis, na mesma proporção dos amáveis, guerra, mortes, mortes, mortes...
“– Pode um homem continuar a ser valente se tiver medo? – ouviu sua voz dizer, uma voz pequena e distante. E a voz de seu pai respondeu. – Essa é a única forma de ser valente.” - Diálogo entre Bran Stark e seu pai Ned Stark
A história é contada em terceira pessoa, mas cada capítulo há um foco nos personagens principais da trama. Há o ponto de vista da família Stark; exceto pelo filho mais velho do casal, o Robb, e há o ponto de vista de Tyrion Lannister, o anão, irmão da megera da rainha Cersei Lannister. Não há como não se apegar a cada estilo de ver as coisas de cada personagem. Você pode se encantar com a doçura e com os sonhos da doce Sansa Stark, ou pode querer rir com o humor sarcástico e ácido do anão Tyrion. Ainda mais provável que você queira viajar e conhecer a história dos últimos dragões lendo o ponto de vista de Daenerys Targaryen. Que inclusive, no decorrer da trama, evolui de uma forma drástica após seu casamento com o  bárbaro Khal Drogo. A personagem sofre com a ditadura do seu irmão Viserys desde pequena, após a morte dos seus pais, e é aos treze anos, que se casa e passa a ser a princesa Khaleesi.
"A mente é a minha arma. [...] e uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar se quisermos que se mantenha afiada.” 
- Tyrion Lannister, em diálogo com Jon Snow, quando lhe é perguntado por quê lê tanto. 
Eu poderia passar o dia aqui, escrevendo sobre os bravos, guerreiros, fracos, prostitutas, bárbaros, oprimidos, vítimas de rejeição dos personagens encantadores que o George criou, mas não vou fazer isso, até porque não sou digna de tal feito. Poderia passar o dia falando do amor que sinto pelo bravo bastardo Jon Snow, e da admiração que sinto pela tão dedicada Catelyn, da adoração e paixão por Arya Stark e também do ódio que pulsa cada vez mais forte quando dou de cara com as barbaridades da rainha e do seu filho Joffrey. George conseguiu me fazer arrepiar cada fio de cabelo com o final da história. Mas não pense que ele é um escritor que tem pena dos seus personagens, ele pode ser cruel no último minuto e pode te surpreender a cada segundo. Ele nada mais é que um gênio da literatura.
Geral: (5/5)
Narrativa: (5/5)
História: (5/5)
Facilidade de Leitura: (4/5)
Design: (4/5)
Revisão: (5/5)

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