Capa e trecho de City of Lost Souls, novo livro da série Instrumentos Mortais


Um novo ano significa uma nova aventura para os Caçadores das Sombras de Cassandra Clare.

A autora continua sua série YA de ficção científica/fantasia, Os Instrumentos Mortais, com um quinto livro chamado City of Lost Souls (Cidade das Almas Perdidas), e aqui está a revelação exclusiva da capa para a série que vai chegar nas lojas e nos e-readers no dia 8 de maio.

Clare atraiu um fervente grupo de fãs para o mundo literário que ela criou, com mais de 5,5 milhões de cópias de seus livros. City of Fallen Angels (Cidade dos Anjos Caídos), quarto livro lançado no ano passado que segue o relacionamento entre os dois heróis Clary e Jace atingiu o número 2 na lista de Livros Mais Vendidos da USA TODAY. E Clockwork Prince, o segundo livro da série The Infernal Devices de Clare, foi lançado no mês passado e já está no 38º lugar.


Maio ainda está longe, então, por enquanto fiquem com o prólogo exclusivo de City of Lost Souls para aumentar seu apetite:

Simon encarava entorpecidamente a porta da frente da sua casa.

Ele nunca teve outro lar. Esse foi o lugar para qual seus pais o trouxeram quando ele nasceu. Ele cresceu entre as paredes da casa no Brooklyn. Ele brincou nas ruas am baixo das sombras das árvores cheias de folhas no verão, e tinha feito trenós improvisados de garrafas do lixo no inverno. Nessa casa, sua família inteira celebrou shivah depois que seu pai morreu. Aqui, ele tinha beijado Clary pela primeira vez.

Ele nunca imaginou que um dia as portas dessa casa estariam fechadas para ele. A última vez que ele tinha visto sua mãe, ela o chamou de monstro e rezou para que ele fosse embora. Ele tinha feito com que ela esquecesse que ele era um vampiro, usando o glamour, mas ele não sabia quanto tempo o glamour duraria. No ar frio do outono, encarando a porta da frente, ele sabia que não tinha durado muito.

A porta estava coberta de símbolos – estrelas de David desenhada com tinta, a forma do símbolo de Chai, vida. Tefilin estava preso na maçaneta e na campainha. Hamesh, a Mão de Deus, cobria o olho mágico.

Enterpecidamente, ele colocou a mão no metal mezuzah do lado direito da porta. Ele viu uma fumaça subir do lugar em que sua mão tocou o objeto sagrado, mas ele não sentiu nada. Nenhuma dor. Apenas um terrível vazio vindo lentamente de uma raiva fria.

Ele chutou a parte de baixo da porta e escutou o barulho ecoar pela casa. “Mãe!” Ele gritou. “Mãe, sou eu!”

Não houve resposta – apenas o barulho de parafusos sendo colocados na porta. Sua audição aguçada reconheceu os passos de sua mãe, sua respiração, mas ela não disse nada. Ele poderia sentir o cheiro do medo e do pânico mesmo através da madeira. “Mãe!” Sua voz falou. “Mãe, isso é ridículo! Me deixe entrar! Sou eu, Simon!”

A porta vibrou, como se ela tivesse chutado. “Vá embora!” Sua voz estava mais áspera, irreconhecível pelo terror. “Assassino!”

“Eu não mato pessoas.” Simon inclinou sua cabeça através da porta. Ele sabia que poderia chutá-la para entrar, mas qual seria a razão disso? “Eu disse a você. Eu bebo sangue de animais.”

Ele ouviu ela suspirar, suavemente, algumas palavras em hebraico. “Você matou meu filho,” ela disse. “Você matou ele e colocou um monstro em seu lugar.”

“Eu sou seu filho–”

“Você usa o rosto dele, e fala com a voz dele, mas você não é ele! Você não é Simon!” Sua voz se elevou em quase um grito. “Saia da minha casa antes que eu mate você, monstro!”

“Becky,” ele disse. Seu rosto estava molhado; ele levantou suas mãos para tocá-lo, e elas voltaram manchadas. As lágrimas dele eram sangrentas. “O que você falou para Becky?”

“Fique longe da sua irmã.” Simon ouviu um ruído de dentro da casa, como se algo tivesse sido derrubado.

“Mãe,” ele disse novamente, mas dessa vez seu tom de voz não aumentou. Ela saiu como se fosse um suspiro. Suas mãos começaram a pulsar. “Eu preciso saber– Becky está aí? Mãe, abre a porta. Por favor–”

“Fique longe de Becky!” Ela estava se afastando da porta, ele podia ouvir. Depois veio o barulho irreconhecível da porta da cozinha balançando, e o ranger do linóleo enquanto ela andava. O som de uma gaveta sendo aberta. De repente, ele imaginou sua mãe pegando uma da suas facas.

Antes que eu mate você, monstro.

Esse pensamento o derrubou de suas pernas. Se ela machucasse ele, a marca iria fazer efeito. Ela destruiria sua mãe, assim como destruiu Lilith.

Ele soltou suas mãos, e se afastou lentamente, tropeçando em seus passos até a calçada, se encostando em uma das grandes árvores que fazia sombra. Ele ficou ali em pé, encarando a porta da frente da sua casa, marcada e desfigurada por símbolos do ódio da sua mãe por ele.

Não, ele se lembrou. Ela não o odiava. Ela pensava que ele estava morto. O que ela odiava era algo que não existia. Eu não sou o que ela diz que eu sou.

Ele não sabia quanto tempo ele teria ficado lá, encarando a porta da sua casa, se o seu telefone não tivesse começado a tocar, vibrando no bolso do seu casaco.

Ele pegou-o por reflexo, percebendo que o padrão da frente da mezuzah – intercalando Estrelas de David – foi queimado pela palma da sua mão. Ele trocou a mão para colocar o telefone no seu ouvido. “Alô?”

“Simom?” Era Clary. Ela soava sem fôlego. Onde está você?”

“Em casa”, ele disse, e pausou. “A casa da minha mãe,” ele consertou. Sua voz soava vazia e distante até para seus próprios ouvidos. “Por que você não está no Instituto? Todo mundo está bem?”

“É exatamente isso,” ela disse. “Assim que você saiu, Maryse voltou do telhado, onde Jace deveria estar esperando. Não tinha ninguém lá.”

Simon se moveu. Sem perceber o que ele estava fazendo, como se fosse um boneco mecânico, ele começou a andar pelas ruas, em direção a estação de metrô. “O que você quer dizer, não tinha ninguém lá?”

“Jace sumiu,” ela disse, e ele podia ouvir a tensão em sua voz. “E Sebastian também.”

Simon parou de baixo da sombra de uma árvore. “Mas ele está morto. Ele está morto, Clary–”

“Então me diga porquê ele não está, porque ele não está,” ela disse, sua voz finalmente falhando. “Não tem nada lá em cima a não ser muito sangue e vidro quebrado. Os dois sumiram, Simon. Jace sumiu...”
Texto traduzido de USA Today.

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