Resenha: Strange Angels - Lili St. Crow




  • Título: Strange Angels
  • Autora: Lili St. Crow
  • Editora: Novo Século
  • Ano: 2009
  • Páginas: 288

O Mundo Real é um lugar apavorante. Basta perguntar para Dru Anderson, uma órfã de 16 anos - garota durona que já acabou com sua parcela de bandidos. Ela está armada, é perigosa e está pronta para atirar primeiro e perguntar depois. Então, vai levar um tempo até que ela possa descobrir em quem confiar. Dru Anderson se acha estranha por mais tempo do que é capaz de se lembrar. Ela viaja de cidade em cidade com seu pai, caçando coisas que nos aterrorizam à noite. Era uma vida bem esquisita, mas boa - até que tudo explode em uma cidade gélida e arruinada de Dakota, quando um zumbi faminto arromba a porta da cozinha. Sozinha, aterrorizada e sem saída, Dru vai precisar de cada pedacinho de sua esperteza e treinamento para continuar viva. Seres sobrenaturais decidiram ser os caçadores - e desta vez, Dru é a presa. Chance de sobrevivência? De pouca a nenhuma.

Mais um dia de resenha e aqui estou eu pra falar de Strange Angels. Acredito que a maioria de vocês já devem saber do que se trata o livro, mas se ainda não sabe, confira a sinopse no nosso lendo #04 que foi ao ar nesse domingo.

Pra começar, me interessei pelo livro assim que soube que ele era algo similar com a história de Supernatural, que pra quem não sabe, eu sou viciada e apaixonada por esse seriado, então quando eu coloco uma coisa na cabeça não tem quem tire e eu só sosseguei quando eu estava com meu livro em mãos. Fiquei tão empolgada com o tema da história que nem sequer li muitas resenhas sobre o livro porque eu sempre via que a personagem era forte e mandona, sem muitos dramas adolescentes – nada contra.

Comecei a ler o livro e logo me identifiquei com a narrativa espontânea e engraçada da personagem Dru Anderson. Ela é uma daquelas “girl power” que arrotam, falam palavrões e não estão nem aí pra certas coisas: como está o cabelo ou unha, afinal, ela é uma caçadora do Mundo Real, para nós o “sobrenatural” que envolvem vampiros, lobisomens, zumbis e outras coisas bem assustadoras cujo eu, sou apaixonada.

Li o prólogo e os primeiros capítulos como se tivesse ganhado um prêmio, mas algumas coisas começaram a me incomodar no decorrer da história. A tradução do livro, por exemplo, é péssima. Algumas gírias brasileiras foram usadas, como “ta me tirando” “pagar pau” “vambora” e a mais absurda e a que me incomodou o livro inteiro foi o uso exagerado do “cê”. Sim, é como falamos o “você”, mas de uma forma mais informal, vamos dizer assim. Achei que Giorgio Capelli, o tradutor do livro, “avacalhou” na tradução, e acredite, esse termo também foi usado no livro em um diálogo entre a personagem principal e seu companheiro-amigo gótico Graves, que é um fofo. Acredito que ouve algum equívoco por parte do tradutor pelo fato do livro ser repleto de gírias norte-americanas e ele ficou meio sem ter como traduzir e acabou colocando coisas um tanto “abrasileiradas” demais. Se isso não incomodasse, tudo bem, mas a repetição demasiadamente grande me incomodou e muito.

A equipe de revisão do livro, que é composta por duas mulheres, Larissa Ono e Cátia de Almeida, deixaram escapar erros, que apesar de serem pequenos no começo, atrapalharam um pouco a leitura, como falta de pontuação no fim da frase, esquecimento de travessão entre uma fala e um comentário da personagem, até se esqueceram de numerar um pobre coitado de um capítulo.

Mas não vou só culpar a editora pelo livro não ser como eu esperava. A história tinha tudo para ser maravilhosa, empolgante e engraçada, mas aí agora é a vez de falar da escritora. A narrativa de início é muito gostosa e flui normalmente, mas chega uma hora que os pensamentos da personagem começam a me irritar porque tudo fica muito repetitivo e ela só pensa na avó que já está morta, no pai que virou um zumbi e na mãe que já morreu há muito tempo. Senti muita falta dos diálogos. Achei que muitas descrições de como estava o tempo, do frio que ela sempre sentia, do gosto de laranja que persistia em ficar na língua dela e das dores que Dru sempre reclamava ficaram repetitivas demais, era sempre as mesmas coisas, que eu achei, particularmente, que foi usado apenas para preencher páginas, e deixar o livro razoavelmente grosso, já que encontramos poucos acontecimentos. Mas como tudo tem seu ponto positivo, achei que os personagens foram bem construídos, com um humor sarcástico que é um dos meus preferidos. A chegada de Christophe, um meio vampiro, depois da metade da trama, deixou a desejar e demorou demais. Imagino que se ele tivesse chegado um pouco antes, com certeza o livro ficaria melhor.

As cenas de ações ficaram muito confusas e monótonas – sim, cenas de ações monótonas, lamentável. Não dava pra imaginar como um lobisomem passou por cima dela e logo estava em cima da caminhonete, eu me perdia completamente. Possa ser que Lili, autora do livro, ainda não tenha se adaptado à forma de como escrever livros voltados ao público juvenil, já que essa é a primeira série dela destinada para esse público. Ou possa ser apenas que eu fiquei muito irritada por ter gasto meu dinheiro nesse livro.

Li o livro muito rápido porque eu não queria me decepcionar, eu queria que a narrativa ficasse melhor e que a série se tornasse a minha preferida, assim como Supernatural, mas acabei me decepcionando e lendo as últimas páginas com vontade de jogar o livro pela janela.

Bom, se você é critico, dá muito valor à diagramação, à qualidade da história, e a diálogos, especialmente, não recomendo Strange Angels. Não tenho certeza se eu quero ler a continuação.


Comentários via Facebook

 
Vector Credits