A Síndrome E, Franck Thilliez




  • Título: A Síndrome E
  • Autor(a): Franck Thilliez
  • Editora: Intrínseca
  • Ano: 2013
  • Páginas: 368
  • Cortesia da Editora Intrínseca
Um estranho caso vem atrapalhar as férias de verão de Lucie Hennebelle, tenente de polícia em Lille. Seu ex-namorado ficou cego depois de assistir a um filme mudo, anônimo, com um roteiro enigmático, concebido por uma mente doentia. Simultaneamente, o comissário Franck Sharko, veterano da Divisão de Homicídios e analista comportamental na Divisão de Repressão à Violência, passa por um tratamento na tentativa de curar a esquizofrenia.
No norte da França, cinco cadáveres não identificados foram encontrados sepultados a dois metros de profundidade mutilados de maneira atroz e em estado de decomposição avançada e Sharko cede ao chamado da aventura. Enquanto Lucie descobre os horrores escondidos no estranho filme, um misterioso informante do Canadá aponta-lhe o elo entre aquele rolo e os cinco cadáveres.

Um único e mesmo caso, graças ao qual Lucie e Sharko, tão diferentes e ao mesmo tempo tão próximos em sua concepção do ofício, irão se encontrar. Das favelas do Cairo aos orfanatos do Canadá nos anos 1950, os dois colegas irão se deparar com um mal desconhecido, batizado como “síndrome E”. Uma realidade assustadora que revela como o ser humano pode ser capaz das maiores atrocidades.

Um livro que me faz sair da minha zona de conforto de um modo que eu nem senti. A Síndrome E foi criado a através de um enredo tão bem escrito que é capaz de impressionar até aqueles que, como eu, nunca se interessaram tanto por thrillers. Sendo assim, posso arriscar dizer que o livro é uma boa porta para quem quer começar a ler livros do gênero. Eu mesma já estou pensando em qual será minha leitura como tal.

Li A Síndrome E esperando algo completamente diferente do que imaginei lendo a sinopse. Atribui esta característica positiva à narrativa do autor, que criou o enredo como um grande roteirista, e escreveu como um grande romancista, pintando com suas palavras. O livro, conhecemos dois personagens principais que, a principio, parecem não ter vínculo um com o outro, a não ser o fato de serem policiais e de estarem de férias, mas ainda investigando algum crime muito estranho. Lucie busca entender o porquê de seu ex-namorado ter ficado cego após assistir a um filme antigo. Já Franck (Sharko) foi chamado para investigar um crime brutal em que vários corpos foram encontrados mutilados e sem o cérebro. Os dois acontecimentos parecem não ter nenhuma conexão um com o outro, pois é, eu também duvidei que eles seriam conectados sem perder a razão, mas não foi o que aconteceu. Um mistério tão bem criado que, quanto mais descobrimos sobre ele, mais queremos.

No meio de toda a trama, o autor nos trás um romance entre seus dois personagens principais. Acontece que Lucie e Sharko fazem parte de duas séries que foram escritas separadamente, mas que ainda não foram publicadas no Brasil, por nenhuma editora. Tal fato causou certa insatisfação nos leitores da série – incluindo eu – pois o autor quis unir seus dois grandes sucessos em um grande romance – e uma grande investigação –, mas que não convenceu como deveria. São dois investigadores brilhantes, que funcionaram de forma maravilhosa, mas não como um casal. Acredito que seja pelo fato de que eu não me apeguei tanto a eles, uma vez que, em A Síndrome E, conheci mais o lado profissional do que o pessoal de seus personagens. Conhecemos mais os problemas os quais o trabalho trouxe para a vida dos dois – e as consequências desses problemas –, do que eles como pessoas capazes de amar. Lendo o livro como se fosse o primeiro volume de uma série, não pude deixar de perceber que pecaram em abordar esse lado de Lucie e Sharko.

Quanto aos crimes investigados, e os motivos que os envolvem, estes sim ninguém pode colocar defeito. Não tive dúvidas de que o autor sabia exatamente o que estava fazendo, mesmo quando eu não entendi onde cada caminho iria dar. São várias informações extremamente inteligentes que me deixaram de boca aberta. A descrição que o autor faz de cada cena ao mesmo tempo deixa você fascinado – uma vez que é tão detalhista a ponto de você se sentir no meio da situação –, enquanto causa um impacto tão grande, pois ele não economiza para descrever as mais brutais cenas de crime.

Ao chegar no fim do livro, você tem duas escolhas: ler ou não o epílogo. Se você acha que já leu o suficiente e não quer continuar a ler os próximos livros, não leia o epílogo. Mas se quer um super cliffhanger, vá em frente!

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