Resenha: Cotoco - John Van de Ruit



  • Título: Cotoco
  • Autor(a): John Van de Ruit
  • Editora: Intrínseca
  • Ano: 2010
  • Páginas: 392
  • Cortesia da Editora Intrínseca
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África do Sul, 1990. Dois grandes eventos estão prestes a acontecer: a libertação de Nelson Mandela e, o que para o garoto John Milton é ainda mais importante, o início das aulas no internato. Cercado por pais no mínimo lunáticos, uma avó gagá e colegas de dormitório para lá de estranhos (com apelidos do tipo Lagartixa, Rambo, Rain Man e Cachorro Doido), John (que graças a suas partes íntimas pouco desenvolvidas é debochadamente apelidado de Cotoco) faz o que pode para se adaptar - e tudo indica que não será fácil. Munido apenas da própria perspicácia e de um diário, Cotoco vive uma série de situações bizarras e divertidas: de mergulhos proibidos no meio da madrugada a acirrados campeonatos de críquete, passando pela caça ao fantasma de um professor e por catastróficas férias em família. E é nas páginas de seu diário que acompanhamos o peculiar - e sobretudo engraçadíssimo - funcionamento da mente de um garoto de 13 anos ao descobrir a vida, a amizade... e a pluralidade da fauna humana.

Todas as indicações que recebi deste livro me falaram do quanto ele era engraçado, uma leitura boa para passar o tempo. Cotoco é o diário de um menino que vai estudar em um colégio interno, contando todas as peripécias dele e de seus colegas (muito) esquisitos. Assim que chegou ao colégio, em seu primeiro banho coletivo, John Milton recebeu o apelido de Cotoco, por causa da sua genital pouco desenvolvida, já que, ainda que a maioria dos garotos já estivessem na puberdade, ele ainda ainda estava chegando lá.

De início tentei deixar de lado a série de acontecimentos absurdos que pareciam cair do céu bem na cabeça de John (Cotoco) Milton. Comecei bem devagar, pois minha primeira impressão foi de que seria um livro massante, cheio de acontecimentos malucos e desconexos, e nada de um enredo com "começo, meio e fim." Resolvi seguir adiante com minha leitura, por fazia, no mínimo, dois anos que eu estava interessada por ele e não iria me deixar levar por uma decepção à primeira vista. Que fiquei muito feliz por ter seguido esse pensamento.

Uma das coisas que mais me cativaram no livro foi o fato de ele ter se passado na África do Sul. Sério, quantos de vocês já leram um livro (não-documental) que se passal na África do Sul?; Fiquei feliz por Cotoco ser um menino inteligente que abraça forte a cultura do seu país, fazendo referências, por exemplo, à Nelson Mandela. Gostei, ainda, de constatar aquele "começo, meio e fim" que tanto almejei em suas primeiras páginas. Cotoco foi me cativando ao longo das suas palavras, chegando ao ápice no final. Devo dizer que, embora seus personagens sejam extremamente excêntricos, do jeito que é quase mandatório ser em um livro de comédia, é bom ver o crescimento deles, um amadurecimento que leva a um final coerente.

A verdade é que soa fora da realidade se apaixonar assim, logo de cara. John Milton vai conquistando você aos poucos, com seus comentários irônicos porém inteligentes. E, no final, você se vê desejando colocar ele no bolso e trazer para casa. Sem deixar de ressaltar, é claro, o clima super agradável que te faz desejar voltar ao colégio e ter todas essas aventuras pelas quais o John passa. Cotoco é, afinal, um livro que conquista. Não me marcou, não entrou para a lista dos meus favoritos, mas estou feliz por ter lido. E indico para qualquer um!

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