Resenha: A Última Carta de Amor - Jojo Moyes




  • Título: A Última Carta de Amor
  • Autor(a): Jojo Moyes
  • Editora: Intrínseca
  • Ano: 2012
  • Páginas: 378
  • Cortesia da Editora Intrínseca
Londres, 1960. Ao acordar em um hospital após um acidente de carro, Jennifer Stirling não consegue se lembrar de nada. Novamente em casa, com o marido, ela tenta sem sucesso recuperar a memória de sua antiga vida. Por mais que todos à sua volta pareçam atenciosos e amáveis, Jennifer sente que alguma coisa está faltando. É então que ela descobre uma série de cartas de amor escondidas, endereçadas a ela e assinadas apenas por “B”, e percebe que não só estava vivendo um romance fora do casamento como também parecia disposta a arriscar tudo para ficar com seu amante. Quatro décadas depois, a jornalista Ellie Haworth encontra uma dessas cartas endereçadas a Jennifer durante uma pesquisa nos arquivos do jornal em que trabalha. Obcecada pela ideia de reunir os protagonistas desse amor proibido — em parte por estar ela mesma envolvida com um homem casado —, Ellie começa a procurar por “B”, e nem desconfia que, ao fazer isso, talvez encontre uma solução para os problemas de seu próprio relacionamento. Com personagens realísticos complexos e uma trama bem-elaborada, A última carta de amor entrelaça as histórias de paixão, adultério e perda de Ellie e Jennifer. Um livro comovente e irremediavelmente romântico.

É difícil falar sobre o que eu senti lendo esse livro. Sou uma grande fã de romances, e quanto mais drama os envolver, melhor para mim. Não há nada melhor do que umas páginas que conseguem virar suas emoções de cabeça para baixo como se tudo aquilo estivesse acontecendo comigo. A Última Carta de Amor foi um pouco diferente para mim, começando com a temática do livro, que eu percebi ser o maior gol contra para os leitores. Traição.

Em A Última Carta de Amor conhecemos os dois extremos de relacionamentos infiéis. De um lado, temos Jennifer, que vive em Londres, nos anos 60, e sofre um acidente de carro, perdendo quase toda a sua memória. Esquecendo-se, inclusive, de que vivia um relacionamento por fora com casamento com um homem que passamos a conhecer como B. Já nos tempos atuais, conhecemos Ellie, uma jornalista que mantém um relacionamento com John, um homem casado. Essas duas histórias de amor se entrelaçam quando Ellie, fazendo uma pesquisa para uma matéria, encontra escondida num arquivo, prestes a ser jogada no lixo, uma carta de B para Jennifer, e decide, então, investigar o mistério por trás daquele amor. Por que ele é tão difícil e doloroso?

A autora, então, passa a narrar duas histórias sempre alternando entre elas. A narrativa, devo admitir, se tornou um tanto desnecessariamente detalhista em alguns momentos, mas em outros ela conseguiu atingir seu objetivo. Jojo, ao tentar demonstrar os sentimentos de seus personagens, mostrou que sabia exatamente o que estava fazendo. Ela conseguiu fazer com que eu me pusesse no lugar deles e tentar pelo menos entender o que eles estavam passando, ainda que isso fosse quase inconcebível, ao menos a autora sucedeu ao abrir a cabeça do leitor para uma visão completamente antropológica.

A leitura, que eu achei que seria mais rápida e envolvente, se arrastou por 300 páginas, até que o final o tornou mais interessante, me levando a pensar que, se o livro todo fosse naquele ritmo, receberia cinco estrelinhas merecidamente. Em suma, o livro é um passatempo, mas não é marcante como eu achei que seria. A narrativa é em terceira pessoa, mas vai variando seu ponto de vista, o que, a meu ver, atrapalhou o pouco, pois, quando você começa a se envolver com a história de um certo personagem, somos arrancados dela, e levados para outra.

A Editora Intrínseca, mais uma vez, fez um ótimo trabalho editoral, sobretudo na capa e no inicio de cada capítulo, que contém um trecho de uma carta, e-mail ou até a atualização de um status no Facebook, entre outros meios de se comunicar que entram em contraponto com os de antigamente. As diferenças dos dois relacionamentos são expostos por essas formas. Como perdemos o romantismo de antigamente para a correria do dia-a-dia.

Posso dizer que uma das piores coisas, quando se vai iniciar a leitura de um livro, é criar expectativas sobre ela, mas o livro também tem seus pontos positivos. A Última Carta de amor é um livro com um vasto conhecimento contido em suas páginas. Jojo Moyes nos envolveu nos anos 60 de forma tão realística que os pontos altos no livro se passaram nesse período, afinal, a magia de ler um livro está em conhecer mundos e realidades bem diferentes da gente. Naquela época em que as pessoas ainda achavam que um casamento desfeito é motivo para desonrar uma mulher, e este é o maior motivo pelo qual se desenvolveu o romance secreto entre Jennifer e B.

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