Resenha: Fazendo Meu Filme 4 - Paula Pimenta




  • Título: Fazendo Meu Filme 4
  • Autor(a): Paula Pimenta
  • Editora: Gutenberg
  • Ano: 2012
  • Páginas: 608
“O destino pode ser cruel, como sua cartomante disse. O amanhã pode não existir, como escrevem os poetas. O mundo pode até acabar, como os cientistas preveem. Mas nada vai ter força para apagar o meu sentimento. Você pode ir para longe, se esconder, sumir. Mas eu vou continuar te amando. Para sempre.” Depois de uma ríspida separação, Fani e Leo agora têm que seguir caminhos diferentes. Porém, as juras de amor feitas no passado deixaram marcas profundas em seus corações, e, mesmo anos depois, eles ainda sentem as consequências daquele trágico dia. Será preciso mais um encontro, para que eles possam finalmente entender o que houve e libertar um ao outro? Ou será que isso devastaria ainda mais o seu destino? Acompanhe os apaixonantes personagens de Fazendo meu filme no livro final da série best-seller que conquistou milhares de leitores e leitoras em todo o Brasil. Não perca o desfecho dessa emocionante história de amor e prepare-se para torcer muito pela nossa querida Fani, nas cenas finais da sua busca pelo merecido final feliz.

Sempre fui grande fã do trabalho de Paula Pimenta, apesar de minha idade não estar exatamente inserida na faixa etária de seu público. A série Fazendo Meu Filme encantou pela familiaridade com os acontecimentos de escola. A autora conseguiu fazer com que eu me identificasse com o jeitinho brasileiro e adolescente da narrativa. Em quantos livros que você leu teve o pensamento “é, sem bem o que é isso”? A sensação de familiaridade era inigualável. Porém, essa sensação só me soou verdadeira no primeiro e terceiro livro, enquanto Fani estava vivendo em território brasileiro.

Comecei a me sentir uma intrusa quando a Fani começou a se aventurar por terras estrangeiras. Suas aventuras pela Inglaterra foram interessantes de um jeito “super legal o que ela tá passando, mas estou louca para ela voltar para casa.” Foi uma fase perfeita da vida dela, mas apenas um capítulo de sua história, quando todos nós sabemos onde seu coração realmente pertence: no Brasil. Fiquei bastante decepcionada com a Fani por sua decisão no fim do terceiro livro por decidir tomar seus estudos nos Estados Unidos. Fazendo Meu Filme 4, infelizmente, caiu no pior defeito que um livro brasileiro pode ter, perdeu sua maior qualidade: o gostinho brasileiro.

A facilidade como a vida de Fani deu certo nos Estados Unidos, para mim, fugiu inteiramente da realidade. É um pecado um autor pensar que a vida de seu personagem principal pode ser um mar de rosas – é, tirando os relacionamentos amorosos de nossa heroína, praticamente nada que ela tentava dava errado. Eu gostaria de ter visto um pouco de dificuldade da Fani para se adaptar aos costumes norte-americanos, à cultura de um país inteiramente diferente de onde ela nasceu. Estados Unidos é, de fato, um país lindo e maravilhoso, mas tem seus defeitos, assim como toda nação que se preze. A Fani, morando lá há 5 anos, pareceu não perceber os pequenos infortúnios do país onde mora. Esses pequenos detalhes diminuíram a veracidade da história.

Outro grande deslize que percebi no último filme da saga foi a facilidade com a qual ele se rendeu a clichês imperdoáveis. Entende-se que um clichê não é exatamente um defeito, se ele for bem empregado, e o enredo construído em volta dele dê ao chavão ares originais. Os livros de Paula Pimenta são bons exemplos desse modo de se fazer uma história, ela usou repetidamente os “desencontros” amorosos, e não fez deles algo cansativo, ou irritante. Curiosamente, ela decidiu mudar a fórmula. Ela decidiu adicionar uma “vilã” daquelas iguais em todo livro adolescente, apesar de já estarmos tratando de personagens adultos, os personagens ficaram congelados no início da juventude. Os únicos que eu percebi uma diferença considerável foram Leo, Ana Elisa e Gabi. O resto? A mesmíssima coisa do primeiro livro. Mas quanto a nossa megera vilã? Bem, digamos que tudo o que ela faz, vemos em 90% dos filmes produzidos em Hollywood. Uma vilã estereotipada.

Pelas resenhas que andei lendo sobre este livro, sei que a maioria das pessoas não concordará comigo. Devo dizer que esses dois defeitos foram o que não fizeram com que eu me apaixonasse pelo livro, como ocorreu nos três primeiros. Entretanto, devo dizer que o talento que a Paula tem para descrever sentimentos, situações, e interações entre pessoas, não se alterou, e, se o fez, apenas aumentou. Ela continuou nos envolvendo nos casos e descasos de Fani e seu amor e torcendo pelo bom e velho final feliz. Se sua história tivesse se passado, ou – pelo menos – terminado em território brasileiro, poderia me arriscar a dizer que é um ótimo candidato a um conto de fadas contemporâneo nacional. A saga tem toda a qualidade para tal feito, só foi preciso que houvesse mais envolvimento e amor com nossa terrinha. Tem gente que não concorda, mas é possível ser feliz – e muito! – aqui.

Geral: (4/5)
Narrativa: (4/5)
História: (4/5)
Facilidade de Leitura: (5/5)
Design: (5/5)
Revisão: (4/5)

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