Indicação #5: American Horror Story




Minha vontade de assistir essa série veio daquela vozinha dentro da minha cabeça falando para eu sair da minha zona de conforto. Eu, particularmente, odeio qualquer coisa que tenha alguma referência de terror. E quanto anunciaram o início da série, nem passou pela minha cabeça assistir. Primeiro, por causa do tema de série. Segundo, porque a promo era sinistra demais. Hahaha Mas, bem, eu tenho uma conta no tumblr, e para quem tem tumblr não é muito fácil evitar de assistir certas séries de TV, aqueles gifs lindos sempre dão um jeito de nos persuadir, estou certa?! Então, resolvi fazer uma pesquisa entre meus amigos que assistem a série, e dar uma olhada na página dela do orangotag (que, por acaso, me deixou ainda mais confusa com os "af, não dá medo nenhum" e os "nossa, morri de medo, dormi com a luz acesa"). Um dia inteiro para decidir e finalmente baixei American Horror Story.

Medrosa como sou, abri todas as janelas do meu quarto (não estava de noite, claro!), diminuí o volume do computador, e o tamanho da tela! Tudo por medo de ter medo. Para poupar vocês do suspense sobre a minha reação, não posso dizer que "não dá medo", mas também não vou dizer ao certo que é uma série genuinamente de terror. É um meio termo, por assim dizer. A primeira cena de AHS é bem sinistra. Entre os poucos filmes de terror que assisti, já sei adoram começar com uma cena impactante e a série de TV não fugiu desse padrão.

A série estreou em novembro de 2011 e contou com apenas 12 episódios para fechar a primeira temporada, e foi criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk, os co-criadores de Glee! AHS ganhou um prêmio no Golden Globe Award por Melhor Série de Drama. Sim, drama! Acontece que a série não é apenas "terror", ela é "terror-drama", embora eu deva dizer que com o passar dos episódios, ela se torna muito mais inclinada ao drama.



A história começa com a família Harmon, que se muda para uma casa antiga em Los Angeles logo após Vivien (esposa) sofrer um aborto, e Ben (marido) cometer adultério. O casal, junto a sua filha adolescente, Violet, encontra essa grande casa que estava abaixo do preço – quatro vezes mais barata – e a compram, e só são avisados quanto à morte dos seus antigos donos, um casal gay que cometeu suicídio. O que os Harmon não sabem é que a lei só obriga a corretora a divulgar acontecimentos de um período de três anos, e há muito mais fatos sombrios que foram testemunhados pelas paredes dessa casa.

Cada personagem dessa série tem distúrbios psicológicos. Com o passar dos episódios, passamos a saber quem está morto ou vivo, mas enquanto isso não é revelado, conhecemos eles como pessoas normais, escondendo sua natureza terrível e o motivo de estarem mortos. A verdade é que a casa tem o poder de aprisionar os espíritos das pessoas que morreram dentro dela. Em certo ponto da série, a personagem de Constance (Jessica Lange) conversando com a governanta da casa, Moira (Frances Conroy e Alexandra Breckenridge, que alterna a forma entre uma senhora muito velha e uma moça muito bonita, caso quem a vê seja um homem), dão a entender que há um modo de se libertar, mas isso não é explicado, deixando uma falha no roteiro.



Por mais doentios que alguns personagens pudessem ser, eles me conquistaram, principalmente Tate. Ainda mais quando toda a verdade sobre ele foi revelada, e sua história se mostrou claramente baseada na de Eric Harris (não vou explicar quem ele é, porque não quero dar spoilers, mas se você ficou curioso, a pecinha rara tem uma página no wikipedia). Sua personalidade me lembrou muito a de Dexter (da série de TV), que acredita estar fazendo a coisa certa, como se o fins de fato justificassem os meios. É difícil nós processamos dentro de nós mesmos gostar de personagens assim, psicologicamente (ou psiquiatricamente) perturbados. Já no primeiro episódio, Tate revela que constantemente tem visões entrando em seu colégio e matando seus colegas. O personagem é interpretado por Evan Peters, que eu já conhecia de alguns filmes como Quebrando Regras, e realmente me surpreendeu. Eu já sabia que Evan tinha talento, mas alguém com a carga emocional de Tate, e sua, de certa forma, bipolaridade, não é algo que deva ser fácil de se interpretar. Esse mérito deve ser reconhecido.


“I prepare for the noble war. I'm calm; I know the secret. I know what's coming, and I know no one can stop me, including myself. I kill people I like. Some of them beg for their life. I don't feel sad. I don't feel anything. It's a filthy world we live in. It's a filthy goddamn helpless world, and honestly, I feel like I am helping to take them away from the shit and the piss and the vomit that run through the street. I am helping to take them somewhere clean and kind. The world is a filthy place; It's a filthy goddamn horror show. There's so much pain, you know? There's so much... There is something about all that blood; I drown in it. The Indians believed that blood holds all the bad spirits, and once a month in ceremonies they would cut themselves to let the spirits go free. Now, there is something smart about that, very smart. I like that. You think I'm crazy?”
– Tate Langdon

Personagens que deveriam ser secundários naturalmente foram ganhando seu destaque. Não só Tate como o psicopata carismático, mas também Constance, interpretada por Jessica Lange. Ela ganhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por causa da série, apesar de não ser surpreendente, uma vez que a atriz já é veterana e participou de grandes produções, sua interpretação como Constance foi incrível, me fazendo gostar dela, e adorar cada cena em que ela aparecia, por piores que sejam suas intenções. Constance não é o que pode chamar de inocente, e é meio cega quanto as consequências de seus atos. Isso foi bem claro no último episódio. Mas mesmo assim a Constance é incrível e 90% disso é mérito da atriz.

Um outro artefato que achei incrível em American Horror Story foi a trilha sonora. Ela não se limita apenas as batidas de suspense quanto algo ruim está prestes a acontecer. Isso também acontece. Mas há cenas que ganharam uma música especial, como a parte de Tate citando o seu discurso que ficou conhecido pelos fãs da série como “Noble War Speech” (o quote acima). A música usada foi Twisted Nerve de Bernard Herrmann, conhecida por ser tema do filme Kill Bill. Deem uma olhada no vídeo abaixo com a cena. Achei genial!





Ryan Murphy já revelou que seus planos para a série não incluem a continuação da história da primeira temporada. Sua pretensão é fazer com que cada temporada seja como uma minissérie e American Horror Story seja uma coletânea de histórias de terror. O que ele não definiu, ainda, é como será o elenco da série nessa nova etapa. Alguns boatos dizem que será completamente renovado, outros dizem que os atores serão mantidos, mas interpretando personagens diferentes. Evan Peters disse em entrevista no Golden Globe que em fevereiro o Ryan vai ligar para os atores para que tudo seja definido. O cenário da casa já foi desmontado, então qualquer esperança de voltar com a mesma história é em vão, o que resta agora é torcer para que deixem esses atores incríveis. Dizem por aí que Jessica Lange vai voltar, mas nada está completamente definido. Evan Peters e Zachary Quinto (Heroes) dizem que querem voltar também. Espero que com eles, Taissa Farmiga (a atriz que interpreta Violet) também possa ficar, além de ela fazer com que a personagem dela tenha uma personalidade incrível, ela também vez um casal muito fofo com o Evan. Bom, por mim o elenco não se renovaria, mas alguns atores já disseram que assinaram para apenas uma temporada e não querem ficar. Uma pena, realmente.

Indico a série para quem gosta de séries bizarras e histórias completamente sem sentido. American Horror Story foi baseada em O Bebê de Rosemary, O Iluminado e na novela da ABC Dark Shadows, mas deixando tudo ao gosto dos produtores, que queriam fazer algo oposto a Glee, cujo nome significa “alegria.”

Acho que o post ficou meio grande. Usei muitas palavras para chegar a uma solução simples. Eu simplesmente amei a série! Apesar de decepcionar no quesito terror, e deixar algumas falhas no roteiro, eu amei!

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