Resenha: Cidade de Vidro - Cassandra Clare




  • Título: Cidade de Vidro
  • Autora: Cassandra Clare
  • Editora: Galera Record
  • Ano: 2011
  • Páginas: 476

Para salvar a vida de sua mãe, Clary precisa viajar à Cidade de Vidro, lar ancestral dos Shadowhunters (Caçadores de Sombras) - não importa que entrar a cidade sem permissão seja contra a lei e que desobedecer às leis possa significar a morte. Para piorar as coisas, ela descobre que Jace não a quer lá, e que Simon foi jogado na prisão pelos Shadowhunters, os quais estão profundamente desconfiados de um vampiro que suporta a luz do dia. Enquanto descobre mais coisas a respeito do passado de sua família, Clary encontra um aliado no misterioso Shadowhunter Sebastian. Com Valentine juntando a força total de seu poder para destruir todos os Shadowhunters, a única chance destes sobreviverem é lutando ao lado de seus inimigos eternos. Mas conseguirão os Downworlders (Moradores do Submundo) e os Shadowhunters colocar seu ódio de lado a fim de trabalharem juntos? Enquanto Jace percebe exatamente quanto está disposto a arriscar por Clary, conseguirá ela dominar seus recém-descobertos poderes para ajudar a salvar a Cidade de Vidro - custe o que custar? O amor é um pecado mortal e Clary e Jace descobrem que os segredos do passados podem ser fatais ao enfrentarem Valentine no último volume da trilogia The Mortal Instruments (Os Instrumentos Mortais), integrante da lista de mais vendidos do New York Times. 

Aos poucos, Clary está conhecendo o mundo dos Caçadores das Sombras, e em todos os livros eu esperava que eles fossem para Alicante, para suprir minha curiosidade. Eu queria saber ver, pelos olhos da Clary, ela descobrindo as maravilhas da Cidade dos Caçadores das Sombras, um lugar protegido pelas Torres Demônio, então, protegida dos males, lá eles podem andar tranquilamente. Então, é na Cidade de Vidro que ela vai parar dessa vez. Clary está procurando a cura para sua mãe, e uma antiga conhecida de Jocelyn disse para ela que a única maneira que salvar a amiga é contatando um bruxo que vive em Alicante. Mesmo contra a vontade de Jace, é lá que Clary vai parar.

Cidade de Vidro foi, honestamente, o melhor livro da série (até agora), ele é tem todas as características que provocam a curiosidade. Cassandra Clare, com a sua narrativa quase impecável, fez de uma maneira um pouco diferente dessa vez, alternando o foco do livro entre os personagens principais, não só Jace e Clary como nos outros, mas incluindo também Simon, Isabelle, Alec, e muitos outros. É difícil por em palavras o quanto eu amei esse livro, o quanto eu lia páginas atrás de páginas, e nunca era o suficiente, tanto que logo terminei e fiquei atordoada, querendo que ele tivesse durado para sempre.

“Nem tudo, Jace, é sobre você,” Clary disse furiosamente.
“Possivelmente,” Jace disse, “mas você tem que admitir que a maioria das coisas são.”

Na resenha de Cidade das Cinzas eu falei isso, e vou repetir, Cassandra Clare sabe exatamente como criar os personagens, ela conhece cada um deles, e sabe como retratar toda a carga emocional de Jace, em conflito com si mesmo desde que descobriu que o próprio pai é Valentine Morgenstern, e Clary que lutando contra o sentimento impróprio que ela nutre pelo irmão. Você se sente na cabeça de cada um deles, e, mesmo que eles façam bobagens, chegamos até a entender que eles precisam fazer aquilo para aliviar o sentimento que os aflige por dentro, porque me afligia também.

Finalmente, eu consegui entender o que se passava na cabeça de Valentine, porque, honestamente, eu não via seus propósitos tão claros nos outros dois livros, por mais que os personagens explicassem. Fiquei com aquela sensação de quando nós chegamos a conhecer os vilões e sentimos mais dó do que raiva. Do meu ponto de vista, ele era “apenas” um homem com um ponto de vista, mas que não media esforços para alcançar a sociedade utópica que ele julgava ser a ideal: um mundo sem Downworlders. O problema é que no meio do caminho ele perdeu o senso do que é certo ou errado.

“Pessoas não nascem boas ou más. Talvez elas nasçam com tendências de algum modo, mas é a maneira que você vive sua vida que importa.” – Simon.

Nós vemos os personagens mais mudados, Clary mais independente, o que é uma coisa muito boa, mesmo que continue sendo aquela boba que cai no papo das pessoas, pelo menos eu posso admirá-la por não medir esforços quando se trata de quem ela ama. Jace, é que é o mais mudado de todos, afinal, depois de Valentine quase colocar ele contra parede em Cidade das Cinzas, ele finalmente tomou um lado dessa luta, mas isso não quer dizer que seja fácil.

Acho que já falei demais, mas só para deixar claro, eu não posso esperar para ler City of Fallen Angels, afinal de contas, Cassandra Clare já mostrou que é perfeitamente capaz de escrever um livro ainda melhor que o anterior. Bom, pelo menos esse foi o padrão que ela seguiu nessa série, mesmo que CoFA tenha Simon como protagonista.

Geral: (5/5)
Narrativa: (5/5)
História: (5/5)
Facilidade de Leitura: (5/5)
Design: (5/5)

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